Noruega e o Holocausto

Judeus na Noruega                                                                     

No ano 1.000 o rei Olavo I proibiu judeus de habitar o território nórdico. Somente durante o governo de Christian IV (1577-1648), rei da Dinamarca e da Noruega; encontramos informações sobre judeus exilados da Espanha e Portugal. São conversos fugidos da Inquisição que entre 1492-1497 se estabelecem em Amsterdã e Hamburgo.

Os judeus que habitavam a Noruega nos séculos 17-18 haviam sido batizados pela força. O rei Christian IV sabia perfeitamente que os judeus poderiam ser úteis para o país, mesmo tendo a oposição do clero. Sendo assim, desde 1620, os judeus preferem morar ao norte da Alemanha, na região Slesvig-Holstein. Ali, gozando de liberdade religiosa, comercializavam livremente na Dinamarca e na Noruega.

Nestes dois lugares não existiu uma imposição por parte das autoridades de morarem em guetos. Tampouco havia obrigação de usarem roupas que os distinguissem do restante da população. Em 1641 Christian IV decretou leis para proteger os judeus ashquenazitas, oriundos da Europa oriental e central.

O rei Christian IV foi substituído por Frederico III limitando estritamente as condições e áreas de atuação dos judeus. Não poderiam habitar cidades sem visto do governo. Em 1687 durante a unificação Dinamarca-Noruega, as restrições para a entrada de judeus eram constantes. A população local inclusive era incitada a dedurar os judeus que tentassem entrar no território.

Encerradas as Guerras Napoleónicas (1807-1814), foi assinado o “Tratado de Kiel”, na qual as derrotadas Dinamarca e Noruega deveriam ceder o território da Noruega ao rei da Suécia. As possessões ultramarinas norueguesas foram mantidas pela Dinamarca. Os noruegueses opuseram-se a este tratado, e uma assembleia constitucional declarou a independência norueguesa em 17 de maio de 1814, elegendo o príncipe Cristiano Frederico como rei da Noruega independente.

Em 1814, a Noruega adota sua primeira Constituição. Mesmo sendo liberal, o artigo 2  determina que a crença oficial será o Protestantismo Luterano, proibindo a entrada de judeus e jesuítas no Reino. Este decreto foi retirado em 1841 graças ao esforço do poeta nacional Henrik Arnold Thaulow Wergeland. Até hoje a kehilá é extremamente grata à Wergeland.

Durante o século 19 chegaram a Noruega judeus da Polônia e da Lituânia. Em 1892 se constituiu a primeira comunidade em Christiania ou Oslo. Esta kehilá se denominou “Det Jodiske Samfund i Christiania” (Comunidade Judaica de Oslo), e somente um ano depois trocou seu nome para “Det Mosaiske Trossamfund” (Comunidade Mosaica). Ela tinha 214 judeus e 136 moravam em Oslo.

Na pequena comunidade haviam sido cadastrados 100 membros. Todos optaram por abraçar um Judaísmo ortodoxo, mesmo a maioria não sendo observante da Halachá. Na magna carta aparecem os principais objetivos: preservar os interesses judaicos na Noruega, aproximar membros da comunidade aos serviços da Sinagoga e obter um professor para ensinar Judaísmo.

O desenvolvimento comunitário cresceu e em 1892 um judeu lituano foi contratado para ser moré (mestre), chazan (cantor), schochet (abate) e mohel (realiza a circuncisão). Nesse ano foram vendidos os assentos da sinagoga e fixados os horários das orações.

Em 1893 os judeus de Oslo contrataram o Dr. Meyer Ashkanaze como rabino, incrementando o número de membros da kehilá. Nos próximos 30 anos, o número de judeus na Noruega aumentará de 642 para 1.457. Estes imigrantes chegam do Leste Europeu fugindo das perseguições ocasionadas durante a Primeira Guerra Mundial.

Entre 1900-1910 já haviam quatro pequenas comunidades funcionando em Oslo. Uma delas, a “Israels Menighet i Christiania Adath Yeshurum” (Comunidade Israelita Adath Yeshurum de Christiania) tinha como rabino o mesmo Dr. Ashkanaze que, anos antes, foi rabino da “Det Mosaiske Trossamfund”. Em 1910 todas se fusionaram em uma única, mantendo o nome “Det Mosaiske Trossamfund”.

Em 1917 uma nova comunidade foi estabelecida, resultado da grande insatisfação de membros da grande comunidade. Porém, em 1939 encontramos novamente a “Det Mosaiske Trossamfund”. Ela existe e atualmente ¾ dos 2.000 judeus da Noruega estão filiados à kehilá de Oslo. Há ainda uma pequena comunidade em Trondheim ao norte do país.

Entre 1915-1940 floresce a vida cultural judaica em Oslo. Grupos teatrais apresentam peças em idisch, surgem corais, organizações de tzedaká e instituições acadêmicas. Entre 1935-1940 os jovens participam de grupos de estudo organizados pelo rabino Isak Julius Samuel. Em 1942 este rabino foi deportado e assassinado pelos nazistas em Auschwitz.

A invasão alemã

Nos primeiros dias da Segunda Guerra a Noruega se declarou neutra. Mesmo assim, Alemanha ignorou sua neutralidade e a invadiu em 9/4/1940. Durante essa ocupação, o controle militar foi outorgado ao Wehrmacht e o controle civil ao Reichskommissariat Norwegen (Comissariado da Noruega) em colaboração com o Nasjonale Regjering (Governo Nacional), um regime fantoche nazista. Ao mesmo tempo, rei e governo eram exilados à Grã Bretanha.

O governo norueguês não aceitou as condições de Hitler, optando pela resistência. No dia seguinte, contudo, o oficial norueguês Vidkun Quisling (1887-1945), apoiado por soldados alemães, deu um golpe de Estado e exigiu a rendição dos noruegueses pelo rádio. O Primeiro Ministro Trabalhista Johan Nygaardsvold (1879-1952), deveria ser substituído por Quisling para Noruega garantir sua soberania nacional. O rei Haakon VII (1872 -1957), recusando-se a abdicar, se exiliou na Inglaterra. Assim, o Parlamento se rendeu a Quisling.

Inicialmente, os alemães rejeitaram Quisling por acharem que geraria resistência. Eles preferiram nomear um conselho administrativo chefiado pelo ex-Ministro da Defesa Ingolf Elster Christensen (1872-1943), do Partido Conservador fiscalizado pelo líder regional do Partido Nazista, Joseph Antonius Heinrich Terboven (1898-1945). Terboven seria o Reichskommissar para a Noruega durante o regime Quisling. Este conselho de transição não durou: em setembro de 1940, o governo nazista baniu todos os partidos, exceto a “União Nacional” (partido de Quisling). Todos os ministros foram tirados das fileiras da União Nacional, e os nazistas declararam que todas as esferas da sociedade deveriam ser controladas pela “União Nacional”.

A “União Nacional”, partido de pouca envergadura nos primeiros anos, rapidamente recebeu grande número de adesões. A ideologia ufanista do partido se assemelhava àquela do partido nazista: recorria-se à mitologia nórdica como formadora do caráter norueguês, usava-se a cruz solar como símbolo nacional e faziam-se saudações com “heil og sæl” (salve e passar bem). Embora a União Nacional fosse apresentada como responsável pela revolução nazista no país, a realidade era outra. Os líderes do partido tinham pouca liberdade de ação e atuavam subordinados às ordens dos alemães, o que tornava seu discurso extremamente frágil.

A resistência civil contra o Nazismo é tida como o maior movimento popular já visto na Noruega. Ela aconteceu em vários campos: dentro de organizações empresariais, entre  sindicatos, escolas, universidades e igrejas. A oposição ao Reich organizou greves e a “União Nacional” enfrentou o boicote de professores e protestos de pais.

A Igreja da Noruega negou apoio à “União Nacional” e os sacerdotes renunciaram a seus cargos. A imprensa cresceu multiplicando jornais clandestinos. Na Universidade de Oslo os alunos passaram a usar clipes nas lapelas (símbolo da resistência) para demonstrar repúdio ao regime nazista.

O Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista norueguês lutaram na resistência mantendo entidades clandestinas. Surgiu assim a “Milorg” (militær organisasjon), uma guerrilha norueguesa. Do lado de fora, o governo exilado reunia tropas e insumos para ajudar no combate aos alemães. Dentro, formou-se um governo de resistência, “O Círculo”, em torno da figura do 12º Presidente do Supremo Tribunal, Paal Olav Berg (1873-1968). Aos alemães lhes parecia irônico que seus “irmãos nórdicos” oferecessem resistência à invasão.

Propaganda antissemita

O Nazismo combateu toda oposição norueguesa e em 25/09/1940, Hitler colocou oficialmente um regime fantoche no país. O número de matérias antissemitas nos jornais cresceu dia-a-dia, principalmente após a invasão da Alemanha à URSS em junho de 1941. Os jornais “Fritt Folk”, “Aftenposten” e “Adresseavisen” surgem para mostrar à população nórdica o lado obscuro do “Partido Nacionalista dos Trabalhadores” (Det Nasjonale Arbeiderparti), declarando guerra total aos judeus que, desde agora, não mais serão vistos como cidadãos plenos da Noruega.

A mais antiga das publicações antissemitas do país era a “Nationalt Tidsskrift”, que funcionou entre 1916 e 1945 e atacava os judeus. O jornal norueguês “Ragnarok”, que circulou entre 1941 e 1942, alertava da “nefasta influencia judaica na literatura e nas artes como do prejuízo ocasionado por tal influencia”.

O antissemitismo difundido nos meios de comunicação em geral, não difamava apenas os judeus, mas também o Sionismo, a Franco-maçonaria, o Comunismo e o Marxismo. Bolchevismo era sinônimo de Judaísmo. O poderio judaico espalhado na Europa era o responsável pelas nocivas consequências da Guerra.

O famoso arquiteto Odd Nansen (1901-1973) foi difamado por ajudar judeus durante a 2ª Guerra. Era acusado de dirigir a “Nansenhjelp”, (1936) entidade que teria falido por prestar exagerada assistência a refugiados judeus. Uma antissemita do “Partido União Nacional”, Halldis Neegaard Ostbye (1898-1983), autora da versão norueguesa dos “Protocolos dos Sábios de Sion”, acusou Nansen de traição, entregando os interesses do país aos judeus internacionais. Em janeiro de 1942 Odd Nansen foi arrestado e deportado a Sachsenhausen, um campo de concentração em Oranienburg, Alemanha. A “Nansenhjelp” encerrou suas atividades e seu secretário executivo, Toive Filseth, precisou fugir para Suécia.

Os jornais falavam da “questão judaica”. Aventava-se o fato dos judeus manterem posições chave no governo sem serem cidadãos. O mesmo embate entre judeus e arianos; colocava agora frente a frente judeus e noruegueses.

A propaganda contra os judeus noruegueses se espalhou nas diferentes atividades, mídia e cultura. Músicos não podiam apresentar-se em concertos, artistas plásticos não conseguiam expor em galerias de arte e escritores mantinham seus nomes em listas de livros proibidos.

Restrições e confiscos

O ano de 1941 foi difícil para os judeus da Noruega. As comunidades eram obrigadas a entregar listas de seus membros ao governo nazista. Em 21 de abril as tropas alemãs invadiram a sinagoga de Trodheim danificando o prédio. O púlpito (bimá), os assentos e os rolos da Torá foram danificados e os candelabros viraram alvo das pistolas dos soldados. As estrelas de Davi nos vitrais das janelas foram substituídas por suásticas.

Os bens dos judeus de Trodheim foram confiscados. A comunidade pediu ajuda a um pastor protestante de nome Arne Fjellbu (1890-1962). Na ocasião Fjellbu congregou os membros da comunidade judaica e os líderes do governo Quisling em uma reunião de aproximação. Mas, infelizmente não conseguiu melhorar a situação. Pelo contrário, o governo nazista de Olav Bergan (1890-1970) respondeu com mais deportações aos campos. Finalmente, a Fjellbu lhe foi negado o acesso aos judeus.

Em abril de 1942, meses antes da invasão alemã à URSS, judeus da comunidade de Trodheim foram presos e deportados a um campo de trabalho, perto de Tomso e depois transferidos a Grini. Segundo dados do governo, 12 judeus foram detidos em 23/06/1942 e colocados na prisão de Vollan em Trodheim. Na região de Oslo-Aker 64 judeus foram deportados a Grini. A recepção destes em Grini foi de uma brutalidade ímpar: tiveram seus cabelos cortados, a socos eram obrigados a limpar o chão, ficando ensanguentados e com hematomas no corpo.

A Gestapo teve uma participação especial na Noruega, e foi responsável pelo trato violento imposto aos judeus.  O homem que comandava todo o “Escritório da Questão Judaica” na Noruega era o SS-Hauptsturmführer Wilhelm Wagner. Chegou à Noruega em fevereiro de 1941 para substituir o SS-Hauptsturmführer Walter Kohlrep. O superior de Wagner era o SS-Sturmbannführer Hermann Gustav Helmuth Reinhard.

1942 – O ano fatal

O ano de 1942 foi um ano fatal para os judeus da Noruega. Os alemães desenvolvem câmaras de gás e se reúnem em 21 de janeiro na “Conferência de Wannsee” para decretar a “Solução final do Povo Judeu”, deportação sistemática à Polônia dos judeus que moram nos territórios ocupados.

Noruega fez parte do nefasto plano de Wannsee, pois os transportes seriam feitos também por água. O exato momento em que foi emitida a ordem de deportação é ainda um enigma. Em 6 de outubro de 1942 começam deportações em Trodheim e Trondelag. Desta forma, todos os judeus homens acima de 14 anos eram presos pela policia norueguesa atendendo as ordens do implacável Joseph Antonius Terboven, o Reichskommissar responsável pelo comando civil alemão na Noruega.

Em 7 de outubro de 1942 aproximadamente 100 prisioneiros noruegueses, dentre eles 70 judeus, foram levados ao campo de Falstad. Estes prisioneiros judeus perderam suas moradias, sendo juntados em apartamentos antes de serem enviados ao campo.

Uma testemunha registrou os abusos sofridos pelos judeus no campo de Falstad, lugar distante e frio: “Isolados dos outros prisioneiros, os judeus eram proibidos de receber visitas ou abrir encomendas de familiares. Doentes não eram encaminhados aos hospitais, mesmo machucados por maus tratos. Eles ambulavam de um lugar para outro, atendendo a castigos impostos pelos oficiais. Aqueles prisioneiros mais velhos e os doentes eram obrigados a ir à floresta para catar folhas com suas bocas, castigo conhecido na prisão da Rua Mollergata 19, em Oslo. Jogar nos detentos água quente ou gelada era o divertimento dos nazistas. Isto ainda acontecia na prisão de Vollan”.

Certa vez o comandante da Gestapo na Noruega Ernst Flesch chegou a Falstad para realizar uma inspeção. Entrou numa das barracas onde encontrou três judeus idosos e doentes deitados. Prometeu leva-los para serem atendidos no hospital de Levanger, mas a jornada dos três acabou dentro da floresta de Falstad, onde foram fuzilados.

Em 1942 a campanha antissemita chegou às cidades da Noruega. A mídia alertava do perigo judaico e falava em combater a perfídia judaica. Em 01/08/42 anunciava-se que não mais haverá espaços públicos para judeus. Eles deverão portar a estrela amarela. Em 02 de outubro o jornal “Fritt Folk” publicou uma matéria denominando os judeus de vermes e parasitas, um “câncer que navega pelo corpo da sociedade”.

Grini – Presídios e deportações

Grini foi um campo de concentração nazista localizado perto de Oslo. Construído em 1939 como prisão de mulheres, passou a ser utilizado também como campo de reclusão para presos políticos noruegueses.

Passaram por Grini 20.000 prisioneiros, abrigando no máximo 5.400 simultaneamente. Destes, 3.402 foram levados a campos de concentração ou zonas mantidas sobre ocupação nazista. O número de torturados e mortos é desconhecido. Pelo menos oito pessoas foram executadas em 1944, três delas mulheres. As execuções tinham lugar na “Fortaleza de Akershus”, um antigo castelo medieval de Oslo.

Encerrada a guerra, a prisão foi usada para deter noruegueses condenados por traição. Foi desmantelada em 1950, reformada e reaberta para criminosos que cumpriam penas pesadas. A Grini eram direcionados professores, cientistas, advogados, políticos, pintores e outras figuras empenhadas em ajudar compatriotas a fugir à Suécia e de lá para Grã Bretanha.

Noruegos em Auschwitz

Como demostramos, desde 1941 os judeus receberam tratamento severo nos campos de concentração da Noruega. Ao chegarem a Auschwitz entre 2 e 3 de março  de 1943, passaram exatamente pelos mesmos critérios de seleção dos demais detentos vindos da Europa.

Os judeus nascidos e criados na Noruega tinham uma desvantagem face à prisioneiros de língua idische oriundos da Polônia, Rússia, Hungria, România, França ou Alemanha. Nenhum deles entendia alemão e recebiam os trabalhos mais difíceis. Um prisioneiro norueguês foi alertado para jamais fazer parte da selektzia de prisioneiros. Incrédulo, experimentou uma seleção, acabando com sua vida.

O número de judeus deportados da Noruega é controverso. Seguindo as informações ministradas pelo “Shoah Resource Center” do Museu Yad Vashem, 763 judeus foram deportados aos campos. Deste total, 739 foram assassinados (101 eram judeus que haviam achado refúgio na Noruega). Apenas 24 sobreviveram e retornaram à Noruega encerrada a guerra.

Noruega tem 23 judeus mortos por causa dos nazistas. Aproximadamente 900 judeus estavam fugindo à Suécia com ajuda do “Movimento de resistência norueguês”. Na Noruega, 50 judeus com familiares na Suécia foram ajudados pelo cônsul sueco em Oslo, Claës Adolf Hjalmar Westring (1893-1975), sendo enviados ao país vizinho em fevereiro de 1943.

Estima-se que 5.000 não judeus noruegueses foram levados aos campos, morrendo 649 neles. Noruega deixou de ser alemã em maio de 1945 e o rei Haakon VII retornou após passar cinco anos no exílio. Em 31/08/1945 a sinagoga de Oslo foi reinaugurada. O censo de 1946 registra 559 judeus morando na capital da Noruega. A situação de Trondheim era pior, pois em julho de 1945 o número de judeus não chegava a 100. Em maio de 1947 Noruega recebeu 392 refugiados judeus europeus, sendo que outros 150 chegariam dois anos depois. Em 1950 o censo apontou 836 judeus. Em 1990 o número de judeus alcançou 1.400, portanto ainda não recuperou os 1.700 que havia em 1940.

Memória e pós-guerra

Durante anos a história dos judeus noruegueses permaneceu oculta. Foi basicamente a partir da década de 1990 que a ocupação nazista passou a receber maior atenção por parte dos estudiosos e do público. Em 1999 o Parlamento local aprovou a “Lei de Restituição”, autorizando compensação monetária aos judeus pelo patrimônio perdido durante a Segunda Guerra Mundial.

A criação do “Centro de Estudos sobre o Holocausto e Minorias Religiosas” em 2020, certamente perpetuará a memória da Shoá. Ele abrigará uma exposição permanente e fará parte do pacote de compensações concedido à minoria judaica da Noruega.

Finalmente, importante lembrar que sete noruegueses já foram honrados com o título de “Justos das Nações” pelo Museu Yad Vashem: Sigrid Helliesen Lund, Gerda Tanberg, Martin Solvang, Ola Rauken, Ola Breisjøberget, Nina Hasvold and Nic Waal.

Outro grupo de “Justos das Nações” está composto por Alfhild Bonnevie, Harald and Nanti Bryn, Einar and Agnes Follestad, Bjørn and Thorbjørg Hougen, Helga Hougen e Helga Hougen (primos), Kåre Kleivan, Erling Malm, Rev. Hans Christen Mamen, Bjørn, Astrid e August Michelsen, Finn e Valdis Nielssen, Nikolai e Anny Nilsen e filhos Edmund, Nordal, Jenny e Pauline, o “Movimento norueguês clandestino”, Alice Resch-Synnestvedt, Per Roth, Markus Rotvold, Oscar e Frida Sjølie, Margit Tosterud (Limbodal), Einar Wellen, Agnes e Carl Wilhelmsen e Per Faye-Hansen.

Bibliografia

Abrahamsen, Samuel, Norway’s Response to the Holocaust: A Historical Perspective. United States Holocaust Library, 1991, 207 págs.

Berman, Irene Levin, We Are Going to Pick Potatoes: Norway and the Holocaust, The Untold Story”. Hamilton Books, 2010.

Mendelsohn, Oskar, The Persecution of the Norwegian Jews in WWII. Translated in 1990-1991. Museum guide-book. English edition 2000, 34 págs.

Norway – Yad Vashem. The names of the Holocaust victims that appear on this list were taken from pages of Testimony submitted to Yad Vashem. https://www.yadvashem.org/yv/pdf-drupal/en/download/remembrance/country/NORWAY.pdf

Righteous Among the Nations from Norway Honored by Yad Vashem (1st January 2019). https://www.yadvashem.org/yv/pdf-drupal/norway.pdf

Shoah Resource Center. The International School for Holocaust Studies in Yad Vashem. Norway. https://www.yadvashem.org/odot_pdf/Microsoft%20Word%20-%205966.pdf