“Amo a Bíblia, a leio todos os dias, e quanto mais a leio, mais a amo.
Há alguns que não gostam da Bíblia. Não compreendo tais pessoas; mais
eu a amo. Amo sua simplicidade e suas retrações e repetições da verdade.”
D. Pedro d´Alcântara.
A COMITIVA RUMO A TERRA SANTA
No dia 14/11/1876, às 4 horas da madrugada, um navio com o estandarte do Império brasileiro, comandado por Pedro II e uma
comitiva de 200 pessoas, ancorou no cais do porto de Beirute para uma visita de 24 dias na Palestina turco-otomana.
Ansiedade, curiosidade e devoção pairavam no ar. O roteiro seria bastante longo e a travessia demorada. O “Diário de Viagem à Terra Santa” é lacônico e pouco preciso em relação ao percurso escolhido. Ainda assim, informa que a marcha seria feita a pé, e as damas seriam transportadas em “tarantuas”, espécie de liteiras conduzidas pelos “mucres” ou criados de caravana.
Distante do conforto e da mordomia de Petrópolis e do Rio de Janeiro, ocupavam as seis liteiras a dama de honra da Imperatriz na Câmara Imperial dona Josefina da Fonseca Costa, e sua criada de quarto dona Joaninha; a Imperatriz Dona Thereza Cristina Maria, e os amigos próximos do Imperador D. Pedro II (Sr. Luiz Pedreira de Couto Ferraz Visconde de Bom Retiro, o Dr. José Ribeiro de Souza Fontes, mais tarde nomeado Visconde de Souza Fontes).
Longe de sua cidade natal, Dramstadt, o professor de hebraico Karl Henning, 33 anos, embarcava rumo a Europa e Oriente ao lado do Imperador. Além das damas, as liteiras transportariam aqueles membros da expedição que adoecessem durante a travessia. Isto aconteceu com o Visconde de Bom Retiro e com o Dr. Souza Fontes. O primeiro sofria de gota no joelho (morreu em 1886) e o segundo sentia dores atrozes no abdômen, mas logo se restabeleceu.
As liteiras eram inseguras e instáveis nos ombros humanos, principalmente nas trilhas em relevos acidentados e montanhosos. Quase sempre as liteiras caíam, os cavalos e burros escorregavam e as quedas eram frequentes. Para os cavalos, era difícil galopar. D. Pedro II cavalgava uma égua branca que não gostava de chuva e se espantava com facilidade. Nas proximidades do monte Tabor (próximo do Lago Tiberíades), Pedro e Lamare, dois membros da expedição, caíram de seus cavalos, sem se machucarem. Depois, foi a vez do criado Romã, também sem sofrer maiores consequências.
Durante a viagem, a comitiva realizou várias paradas. No século XIX, a locomoção de pessoas era tarefa árdua, exigindo uma programação minuciosa de logística. Se o cansaço era grande, a vontade de continuar o passeio era maior ainda. Saudades, entusiasmo e alegria se apoderavam da delegação em pleno acampamento.
Uma noite estrelada criava o clima perfeito para melodias. Momento para organizar um charivari, festa com algazarra. Os criados de caravana preparavam brincadeiras após o jantar. Dois deles fantasiados de burros de liteiras dançavam ao som da flauta e de cornetas. Depois, brincavam o jogo do alforje, equivalente ao jogo da cabra cega. Seguia-se uma dança cantada ao redor da fogueira com muito sapateado. Finalmente, traziam quatro criados em pé sobre os ombros de outros, formando um templo circular, também cantando, girando e pulando uns nos ombros dos outros. Todos sapateavam e cantavam em linha avançando e recuando. D. Pedro II admirava-se com a agilidade e a força dos criados durante a noite, mesmo depois de carregarem as liteiras por mais de cinco horas.
O Imperador se aquecia na fogueira e assistia ao espetáculo. Já cansado, deitava-se, após traduzir algumas passagens bíblicas junto ao mestre Karl Henning.
A PAIXÃO PELA BÍBLIA
D. Pedro II era um estudioso da Bíblia. Desde sua juventude, acalentava o desejo de conhecer a língua hebraica, o idioma bíblico. Aguardava com ansiedade a hora de poder lê-la no original. Este sonho de devoto cristão o acalentou a vida toda.
Desde que começou a ter aulas de hebraico em Petrópolis com seu primeiro mestre Leonhard Akerbloom, verteu trechos dos Salmos, Cânticos dos Cânticos, Provérbios Eclesiastes, Lamentações, dos profetas Isaías e Jeremías, Gênesis, Livro de Ruth e do controverso Livro de Jó.
A biblioteca particular de Pedro II guardava várias Bíblias ilustradas em quase todas as línguas. Dentre elas, destacava-se uma Bíblia em francês de dois volumes, com belas gravuras do Novo Testamento, intitulada Les Saints Evangiles, publicada em Paris em 1873, um ano antes que Karl Henning chegasse ao Brasil.
Traduzir passagens da Bíblia virou uma verdadeira obsessão do Imperador. Durante sua visita à Terra de Israel em 1876, quase todos os dias avançava nas traduções. O mestre Henning o estimulava e a tarefa era feita em horários imprevistos e lugares históricos que inspirassem o monarca. A primeira tradução durante essa viagem incluiu os “Atos dos Apóstolos” às margens do arroio Dhirani.
D. Pedro II gostava de examinar cuidadosamente todos os lugares mencionados na Bíblia, porém, às vezes, lamentava não ter naquele momento o texto para traduzir determinadas passagens. Isto ocorreu na região das aldeias de Naïm e Endor, lugar onde Síssera foi derrotado pelas tropas da juíza Débora, cujo “Canto de Débora” não foi possível recitar. Obstinado, queria traduzir este canto de glória oferecido a Deus por Débora. Sua Majestade começou a tradução na pequena aldeia de Djenine (Jenin) e a concluiu em Nablus, com o comentário de “que tinha esquecido bastante o hebraico”.
Geralmente, o soberano traduzia antes de dormir, depois de uma árdua jornada. Em todos os lugares, D. Pedro II demonstrava vasto conhecimento sobre o “Livro dos Livros” e, certas vezes, ensinava digressões filológicas baseadas na onomástica
bíblica. Sua Majestade também costumava relacionar a leitura e a interpretação da Bíblia a obras de arte apreciadas nas viagens. Em Gabaon, enquanto revivia o episódio em que Josué fez o sol parar (primeiro eclipse registrado na história), lembrava ter visto na Filadélfia um quadro representando essa mesma cena.
Traduzir, traduzir e traduzir! Esta era a paixão que tomou conta do espírito de D. Pedro II. Uma das mais bonitas traduções é a tradução hebraica do Salmo 122: “Vamos subir à Casa do Eterno”, descrevendo o estabelecimento da Casa de David e a
união fraternal dos peregrinos vindos a Jerusalém. Atendendo a esta obrigação, o monarca brasileiro verteu para o português este belo Salmo 122: “Vamos subir à Casa do Eterno”, descrevendo o estabelecimento da Casa de David e a união fraternal dos peregrinos vindos a Jerusalém. Atendendo a esta obrigação, o monarca brasileiro verteu para o português este belo Salmo.
Um outro livro sagrado que fascinou o nosso Imperador desde sua mocidade foi o “Livro de Ruth”, um romance pastoril lido pelos judeus na festa de Shavuot. A ação transcorre nos campos de Moab, na planície de Jericó. Foi ali que D. Pedro II olhou para essas montanhas e se emocionou ao lembrar desta comovente história, texto traduzido por ele mesmo do hebraico.
O livro “Juízes” também foi lembrado pelo Imperador do Brasil. Durante seu retorno de Jerusalém ao porto de Jaffa, em tom de despedida da Terra Santa, contemplando a planície de Sharon, D. Pedro II relembra Sansão, o juiz que venceu os filisteus
amarrando 300 raposas com fachos acesos nas caudas.
D. PEDRO II NOS JORNAIS HEBRAICOS
A visita de D. Pedro II à Terra de Israel foi uma visita não-oficial, pois o monarca não foi convidado do governo turco-otomano. Trata-se de um passeio, uma marcha de peregrinação de um simples cidadão brasileiro, certamente o mais importante
de todos: Pedro d´Alcântara.
O “Diário de Viagem à Terra Santa”, como documento de época, não apresenta um único perfil do Imperador. Há nele numerosos Pedros de Alcântara: o arqueólogo, o orientalista, o educador, o misericordioso, o tradutor bíblico, o devoto peregrino, e assim por diante.
Os jornais da Terra Santa também se preocuparam com o ilustre Imperador, uma vez que Pedro II exercia grande fascínio sobre as comunidades judaicas do mundo. Os jornais da Terra Santa também se preocuparam com o ilustre Imperador, uma vez que Pedro II exercia grande fascínio sobre as comunidades judaicas do mundo.
Em 20 de setembro de 1876 (antes da chegada do monarca), o jornal “Há-Tzefirah” (A Aurora) publicou extensa reportagem, atribuindo-lhe o conhecimento de várias línguas e uma imensa curiosidade em visitar bibliotecas e museus, e destacava-se ainda o seu forte interesse por inscrições hebraicas antigas e peças de exposições referentes à cultura judaica.
Um outro jornal da Palestina otomana, o “Há-Maguid” (O Narrador), publicou em 1876 a biografia resumida de Pedro II, enfatizando seu conhecimento do hebraico. Segundo o autor da matéria Jacob Haim Halevi de Lwow, o valor do Imperador é ainda maior por se tratar de uma língua santa e esquecida pelos próprios filhos de Israel, todos espalhados em vários países. Maravilhado com a figura do soberano, Haim Halevi termina sua matéria dizendo: “Há poucos dias visitou o Imperador a cidade de Viena, e ouvi muitos populares que não conhecem o hebraico, por considerarem tal estudo pura perda de tempo, e comentarem entre si acerca dos conhecimentos do Imperador nessa língua difícil e estranha para eles; transmitindo secretamente uns aos outros que Ele [S.M.D. Pedro II] descenderia dos marranos da Espanha e Portugal, os quais mantinham seu Judaísmo e prestavam seu culto a Deus em segredo.”
Estas opiniões fizeram com que a visita de D. Pedro II à Terra de Israel despertasse forte interesse entre a população local. “Há-Tzefirah” noticiou a chegada e a estada da comitiva imperial na Terra Santa, sendo recebida por ilustres autoridades locais, uma centena de soldados perfilados e até uma banda musical.
D. Pedro II adentrou em Jerusalém pelo Portão de Siquem [Schechem], e o Pachá despachou 20 cavaleiros e soldados de infantaria para acompanhá-lo no caminho. Sua Majestade chegou junto com sua esposa a Imperatriz Tereza Cristina, alguns ministros, suas respectivas mulheres e criados.
O articulista de “HáTzefirah” faz da figura e da personalidade do dignitário tema de sua reportagem, e ressalta o fato de ser uma pessoa despreocupada com honras e homenagens. Ele chegou a cavalo e as mulheres sentadas em carros atrelados a mulas dos dois lados. A orquestra militar quis tocar música em sua homenagem, mas “ele fez sinal de que dispensava quaisquer honras reais”.
Para a imprensa local, a visita não conseguiu satisfazer a todos. Estudando jornais hebraicos publicados na Palestina otomana, tomamos conhecimento da tristeza e desapontamento dos judeus de Jerusalém, ao saber que D. Pedro II não visitaria suas sinagogas, como era seu costume; prestigiando apenas a antiga sinagoga dos samaritanos.
As últimas linhas do jornal “Há-Tzefirah” manifestam surpresa e decepção pelo fato do Imperador não ter feito contato com a comunidade judaica de Jerusalém. Assim escreve o colunista: “Por todo o tempo que permaneceu na nossa cidade, … nenhum contato manteve com os nossos irmãos [judeus], nem visitou as sinagogas de nossos irmãos, embora se falasse dele que conhecia muito bem e até perfeitamente a língua hebraica.”
A tristeza dos judeus jerusalemitanos com a atitude de aparente indiferença do Imperador D. Pedro II era tanto maior, porque seus membros se haviam preparado para lhe prestar uma solene recepção. Numa das sinagogas locais, o rabino e poeta Ben Zion Schlez compôs um poema que seria entregue ao monarca. Este poema inédito, que enaltece as qualidades de hebraísta do soberano, está sob a guarda dos descendentes do rabino-poeta.
Outra publicação bilíngue da época, o “Shaaré Zion” (Portas de Sion), noticia o fim da visita de D. Pedro II e sua partida rumo ao Brasil. Depois de citar os lugares visitados na Terra Santa, a matéria conclui dizendo que “somente as sinagogas de nossos
irmãos não visitou, para o espanto de todas as pessoas justas”.
Não sabemos a que atribuir esta estranha atitude do Imperador que não visitou os judeus de Jerusalém. Esquecimento? Negligência? Não é fácil concluir. Quem sabe o segundo Imperador do Brasil estivesse maravilhado pelas belas noites de luar na Terra do Eterno? Talvez tenha ficado concentrado na tradução do Salmo 122, canto que exprime os sentimentos dos peregrinos cristãos que subiam até Jerusalém? Pode ser que nada disso tenha acontecido e simplesmente o cansaço da viagem esgotou suas forças e seu tempo. Seja qual for o motivo, fica muito difícil dar uma resposta convincente. Resta apenas registrar o descontentamento dos judeus da Palestina turco-otomana por sua inexplicável atitude.
Apesar de tudo, a intimidade entre o Imperador e a cultura judaica desencadeou, por parte dos judeus, manifestações de pesar por sua morte em 5 de dezembro de 1891. Em 10/12/1891, o “Há-Magid” trazia a seguinte notícia de Paris: “No sábado passado faleceu um dos grandes justos dentre as nações do mundo em nossos tempos, ‘o primeiro entre dez mil’ (Cântico dos Cânticos 5:10), Dom Pedro, Imperador do Brasil; que além de suas grandes ações em benefício de seu Reino, cujo prestígio elevou ao abolir a escravatura, tornou-se famoso por seu amor aos judeus e a língua hebraica, a cujo estudo se dedicou, destacando-se no conhecimento dela.”
D. PEDRO II POR NACHUM SOKOLOW
Um dos maiores admiradores de D. Pedro II foi o escritor judeu e sionista Nachum Sokolow (1859-1936). Seu filho Florian, na sua obra “My Father Nachum Sokolow” publicada em 1975, comentava que seu falecido pai, nas suas memórias, mostrou um
verdadeiro fascínio pela cultura do Imperador do Brasil, “tanto por seus dotes em matérias hebraicas como por sua modéstia de caráter”.
Por ocasião do falecimento de Sua Majestade, Nachum Sokolow publicou no jornal “Há-Tzefirah” um extenso necrológico. Depois de colocar detalhes relevantes sobre a vida do Imperador, salientou seus pendores para a literatura e ciências. Sokolow descreveu também o espanto e o entusiasmo dos judeus reunidos numa sinagoga de Londres, com a perfeita leitura da Torá
em hebraico feita pelo monarca durante o ofício religioso. Deixando de lado a bagagem cultural de D. Pedro II e voltando novamente ao tema político, Sokolow escreve o seguinte:
“Desde o tempo em que foi expulso, D. Pedro II, um dos mais célebres e mais generosos monarcas que já houve na História, foram destruídas as bases da monarquia na América; não se sabendo se tal regime ainda poderá levantar-se.”
Sokolow faz aqui referência ao exílio de Sua Alteza em 1891. Este admirador do dignitário brasileiro mal pode imaginar que, passado mais de um século, com descendência imperial ainda em Petrópolis, um projeto monarquista seria aprovado na Assembléia Constituinte em 1988.
Podemos afirmar que o mito monárquico em torno da figura de D. Pedro II na imprensa hebraica, tanto na Palestina turco-otomana como na Europa, revelaria sinais de renascimento político somente um século depois. O texto da Constituição de
05/10/1988 continha uma emenda que previa um plebiscito, destinado a devolver ao povo brasileiro o direito de escolher qualquer forma de regime, inclusive o monárquico.
PALAVRAS FINAIS
Podemos afirmar que o relacionamento amigável mantido por Sua Majestade D. Pedro II com o Judaísmo se apresentou nas mais variadas formas: Primeiramente, no seu profundo amor e total dedicação à língua hebraica, mesmo se tratando de uma
língua litúrgica, ainda em fase embrionária atravessando um verdadeiro renascimento.
Em segundo lugar, por sua paixão pelo “Livro dos Livros”, estudado sempre na versão original, subsidiado com traduções europeias diversas, especialmente aquelas vertidas ao francês. Não menos importante, seu permanente desejo de contextualizar diferentes trechos bíblicos in loco, durante sua viagem de peregrinação à Terra de Israel em 1876.
Finalmente, seu profundo respeito pela antiga cultura judaica, fato que o impulsionou a convidar personalidades israelitas para participar e contribuir na corte brasileira. Em 05 de dezembro de 1891, num modesto quarto do Hotel Beldford em Paris, falecia Pedro d´Alcântara, o monarca-estudante; aquele que mais parecia um poeta ou um sábio do que um Imperador, mas se lhe tivesse sido dada a oportunidade de concretizar seus vários projetos, sem dúvida teria feito do Brasil um dos países mais ricos e avançados do Novo Mundo.
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