Leon Leyson (1929-2013) tinha 10 anos quando Alemanha invadiu a Polônia em 1939. Seis meses depois, toda sua família foi deportada para um gueto em Cracóvia. Perdeu dois irmãos durante o Holocausto e foi protegido por Oskar Schindler enquanto trabalhava na sua fábrica. Um dos irmãos fugiu para a vila da família morrendo em um massacre de 500 habitantes. O outro, com 16 anos, também foi deportado do gueto e morto em um campo.
Leyson estava fraco de fome, Schindler dobrou sua alimentação, e colocou a sua mãe e os demais irmãos sobreviventes em sua lista. Apelidado de “pequeno Leyson”, ele era tão miúdo que precisava subir acima de uma caixa de madeira para operar o maquinário.
O jovem judeu se mudou para os EUA em 1949 dando aulas na escola Huntington Park por 39 anos. O sobrevivente raramente falava de suas experiências de guerra. Ele costumava dizer: “A verdade é que eu não vivo minha vida na sombra do Holocausto. Eu não dou aos meus filhos um legado de medo. Eu dou a eles um legado de liberdade”.
Em 1993, no entanto, foi lançado o filme “A Lista de Schindler” de Steven Spilberg. Após o sucesso da produção, vencedora de sete estatuetas Oscar (dentre eles de melhor filme e melhor diretor), Leon Leyson começou a contar sua história nos EUA e no Canadá. Toda vez que contava sua história nunca usava resumos, nunca falava as coisas duas vezes. Sempre vem da cabeça e do coração, disse Marilyn Harran, amiga e professora da Universidade Chapman. “Ele fez as pessoas a desejarem ser melhores, para relembrar não só do Holocausto, mas que elas nunca podem ser indiferentes”, afirmou o professor.
Leon Leyson encontrou Schindler pela última vez em 1974, em visita a cidade de Los Angeles, pouco antes de morrer. Ele estava com um grupo de judeus que foram até o aeroporto recebê-lo. Antes de apresentar-se, Leyson ouviu: “Eu sei quem você é. Você é o pequeno Leyson” – disse Schindler. Logo, ambos se abraçaram.
Para uma versão completa recomendo ver: Faingold, Reuven, Leon Leyson, o operário mais jovem da Lista de Schindler. WEBMOSAICA, VOL. 7, No. 1, (janeiro-junho) 2015, págs. 103-113.