Meu nome é bíblico, Reuven era o filho primogénito de Jacó. Nasci há 62 anos em lar judaico. Vivo e respiro Judaísmo de forma intensa e, certamente chegará o dia em que abandone este mundo como judeu. Confesso a vocês: Tenho orgulho de ser judeu!! Vivi em Israel lá estudei, trabalhei e servi ao exército. Digo a todos aqueles que me estão lendo: Nunca os judeus fomos tão bem aceitos nas sociedades como atualmente. Sim, existe antissemitismo no mundo, mas ele faz parte de uma minoria. Meios de comunicação em geral, TV´s, rádios e redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter), criam hoje uma visão que a “apocalipse do mundo judaico” se aproxima.
Sabemos que das “Tendas de Jacó” saíram personalidades únicas que legaram ensinamentos universais. Talvez poucos ouviram falar de Rashi, do Maimônides, do Baal Shem Tov, de Moises Mendelssohn ou do Rabino Menachem Mendel Schneerson z”l (7º Rebe de Lubavitch), no entanto nomes como Baruch Spinoza, Karl Marx, Sigmund Freud e Albert Einstein são bem conhecidos da maioria. Aliás, estes judeus jamais ocultaram ou negaram seu Judaísmo.
Com o advento da modernidade, o antissemitismo fez surgir o Sionismo. O movimento de libertação nacional do povo judeu, liderado pelo Dr. Theodor Herzl (1860-1904) teve caráter político. Procurava desesperadamente um território para que judeus perseguidos na Europa central e oriental não mais sofressem. Era a profecia de Isaías (capítulo 18) acerca da “congregação das diásporas”.
Pouco mais de 80 anos se passaram desde o eclodir da Segunda Guerra Mundial. Os judeus éramos transportados como rebanho ao matadouro a campos de concentração e extermínio nazistas. Faz oito décadas apenas. Anos depois, em 1947-1948, os países árabes declaravam guerra ao pequeno Estado judaico que nascia: Israel. Na época eram 600.000 judeus contra milhões e milhões de árabes. Ainda sem contar com Tzahal (Exército de Defesa), sem uma força aérea poderosa e sem ajuda de ninguém, Israel saiu vencedora. Combateu heroicamente sem armas. Como fez o rei Davi, defendeu suas fronteiras contra uma aliança de sete países: Síria, Egito, Jordânia, Iraque, Líbano, Arábia Saudita e Líbia. Isto há 72 anos!!
Hoje Israel é uma das nações mais avançadas do planeta. Com uma população de 9,1 milhões de habitantes e um PIB em constante crescimento, é um exemplo permanente de sucesso. Possui seu próprio exército, detém uma força aérea temida, desenvolve tecnologias e sustenta uma economia sólida. Quem nunca escutou falar da Intel, Microsoft, IBM e outras renomadas empresas globalizadas que desenvolvem seus projetos neste pequeno estado? Por acaso você faz uso de celular, pen-drive, tablet, waze ou precisou da cápsula minúscula que navega pelo corpo diagnosticando doenças? Saiba que todos estes relevantes acessórios de alta tecnologia foram invenções de judeus israelenses.
A “nação start-up” nunca parou de produzir. Os judeus, espalhados nos quatro cantos do mundo, valorizamos enormemente a natureza (para muitos uma obra divina) e colaboramos para aprimorar a nossa qualidade de vida. Acreditamos piamente na sustentabilidade do planeta. Fascinados com o sonho de David Ben Gurión, florimos desertos, desenvolvemos uma agricultura modelo e geramos avanços incontestáveis nas diversas áreas do conhecimento e da cultura.
Israel compartilha com EUA, Rússia, China, França, Inglaterra e Alemanha um lugar nas Nações Unidas. Mantém um programa espacial, fez parte do “Projeto Columbia” no qual perdeu seu melhor astronauta, Ilan Ramon. Hoje Israel vem lançando seus próprios satélites Ofek e faz parte da poderosa e seleta família nuclear.
Com uma forte dose de otimismo e trabalho, saímos lentamente das cinzas do Holocausto, vencemos guerras com “nada” e construímos um paraíso sem recursos naturais nem matéria prima. Contamos apenas com verdadeiros cérebros e ideias únicas. Ninguém poderá vencer a ousadia (chutzpah) judaica, fruto de numerosas tentativas “out of the box”.
O antissemitismo não prevalecerá. Ali estão as crônicas para testemunhar, escreveu certa vez Moacyr Scliar na sua moderna Hagadah de Pessach (Livro da Páscoa Judaica): Aonde estão os nossos inimigos do passado? Onde estão os homens do Faraó? E os soldados assírios, persas e babilônios? Vencemos exércitos gregos, romanos, vencemos à impiedosa Inquisição Ibérica, os massacres dos cossacos de Bogdan Chmelnitzky, os pogroms da Rússia czarista, vencemos Adolf Hitler e seu Terceiro Reich, vencemos o ditador Saddam Hussein e vários exércitos do Oriente Médio, alguns com os quais inclusive assinamos tratados de paz.
Não há motivo de alarde!! Venceremos também os inimigos do presente que covardemente maltratam indefensos judeus nas ruas de Nova Jersey, Nova Iorque, Buenos Aires, Paris, Berlim ou donde queira que seja. Toda nação que tentou destruir nosso povo desapareceu.
Encerro parafraseando o grande escritor Marcos Aguinis: “É preciso entender de uma vez por todas que em quanto mantenhamos viva nossa chama e nosso orgulho de judeus, seremos eternos”. Sempre que possível, evitemos o rancor e as hostilidades. Cuidemos das vítimas e, ao mesmo tempo, continuemos com as rotinas impostas por nosso cotidiano.
Am Israel Chai!! (O povo de Israel vive).